Diário de Bordo - parte 3.11 - de Marigê - Poema final do livro

Diário de Bordo, de Marigê Quirino Marchini.

São Paulo, 1958.

Parte 3 - Margem

Neste blog, parte 3.11

...

página 253


FESTIVAL


Alguma coisa precisa ser dita

ante as malas que esperam.

O rumo

será escolhido ao acaso

aguardaremos nas estações

até a partida surgir dentro de nós

como a revelação.

lago,

as rochas que os gigantes colaram

contra as montanhas,

violetas

ou o inquieto rumor

do que está além do poder de olhar.

Sangue e promessa.

Sereis como frutos em minhas mãos

e vos semearei

inevitáveis e mansos sobre os desencontros;

pedras para o templo de cada lugar;

roteiro de tesouros.

Estranhos no quase chegar de cada hora

serão os desejos

de prolongar a cor dos telhados

sobre os sentidos

porque pernoitaremos em nosso próprio sono

e vós mais felizes

ignorando que as estradas dão a volta ao mundo

e terminam. 



***

Fim do livro Diário de Bordo, de Marigê

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