Diário de Bordo - parte 3.1 - de Marigê

Diário de Bordo, de Marigê Quirino Marchini.

São Paulo, 1958.

Parte 3 - Margem

Neste blog, parte 3.1

...

página 115


Margem de terra 

barreira de lírios, cais na pobreza

de partir ou chegar

esta indigência melhor 

que as fixas estrelas antigas

num céu imóvel ...


página 117  


Assim é a mágica:

adormeço meu sonho primeiro

depois eu.

Por isso ele guia

e as metamorfoses

que sucessivamente atira para trás

visto-as: pássaros, luas nos portões, março.

Atravessamos vivos todos os estados.

A volta

é quando a última rosa

pede despertar em meu adeus.  


página 119 


Quando tudo é fixo

neste sol

a tristeza obscura

dos pântanos florestais

caminha e venta

êxodo na manhã. 


página 121


Ele tem os cabelos verdes

por seu travesseiro de ervas.

Sobre as mãos dormidas passaram

todos habitantes do relento.

Quando caminha canta:

- Predestinadas são as pedras.

Os caminhos surgiram depois

e depois ainda os viajantes.  


...

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