Posts

Showing posts from January, 2021

A Partida - em Sonetos do Imperfeito, do Mar

 Sonetos do Imperfeito - Do mar, da primavera, noturnos, venezianos Marigê Quirino Marchini São Paulo: Littera Editora, 1984. Do Mar  A PARTIDA  Partimos sempre, deste nada ao nada, para no entanto em tudo acreditar: praias que nos esperam na bonança, no dom da volta leve de existir. E quatro signos são os elementos, para nós a medida de outros seres: água e ar, fogo e terra, um em nós há, tal se os outros em outros se encontrassem. Quantas vezes no mar somos a terra, ou fogo, ou ar. E às vezes, ao contrário, em nossa terra o fogo é ar ou mar;  e a praia a volta o nada já é haver se temos a medida da existência, o mar que nos espera em outro ser  ... ou fogo ou ar ou terra, o que nos falte.  Sonetos do Imperfeito  - Do mar, da primavera, noturnos, venezianos Marigê Quirino Marchini São Paulo: Littera Editora, 1984. página 15  Veja aqui o livro  Diário de Bordo - Marigê - 1958

Acesso ao livro Diário de Bordo, de Marigê

Índice das páginas do livro Diário de Bordo neste blog - conteúdo total do livro.  INDICE DAS PÁGINAS parte 1  https://marigequirinomarchini.blogspot.com/p/diario-de-bordo-livro-de-marige.html parte 2.1 https://marigequirinomarchini.blogspot.com/p/diario-de-bordo-parte-21-de-marige.html parte 2.2 https://marigequirinomarchini.blogspot.com/p/diario-de-bordo-parte-22-de-marige.html parte 2.3 https://marigequirinomarchini.blogspot.com/p/diario-de-bordo-parte-23-de-marige.html parte 2.4 https://marigequirinomarchini.blogspot.com/p/diario-de-bordo-parte-24-de-marige.html parte 2.5 https://marigequirinomarchini.blogspot.com/p/diario-de-bordo-parte-25-de-marige.html parte 2.6 https://marigequirinomarchini.blogspot.com/p/diario-de-bordo-parte-26-de-marige.html parte 2.7  https://marigequirinomarchini.blogspot.com/p/diario-de-bordo-parte-27-de-marige.html parte 3.1 https://marigequirinomarchini.blogspot.com/p/diario-de-bordo-parte-31-de-marige.html parte 3.2  https://marigequ...

Sonetos do Imperfeito - parte 1 - Do Mar

  Em 1984, Marigê publica Sonetos do Imperfeito - volume que contém também sonetos do Mar, da Primavera, Noturnos e Venezianos. Talvez a capa possa confundir, mas o título principal é Sonetos do Imperfeito , como fica evidenciado na segunda capa.  Vamos publicar neste blog  pelo menos um poema de cada seção. Iniciamos com sonetos do Mar. Esse é um tema caro à poeta, desde seu inaugural Balada dos Quatro Ventos , de 1955, passando por  Diário de Bordo , de 1958. Além disso, dedica o livro à poeta  Marina Stella  . Estrela do Mar. Inicialmente, voltemos nossa ateção à epígrafe obtida do pintor Veronese:  "Nós, os pintores, como os poetas e como os loucos, ousamos tomar certas liberdades." ... O primeiro soneto, do Mar, inicia a Viagem que não é exatamente tranquila, mas "bons ventos não fazem bons marinheiros" ou  "mar calmo não faz bom marinheiro", como diz o provérbio. Inicialmente, por ter forma fixa - soneto - ou seja, um formalismo, poderíamos...

Pastoral

  poema no livro Balada dos Quatro Ventos, 1956 Marigê Quirino Marchini Nos violoncelos verdes dos bojos das árvores, o molto moderato da escala do vento. Embaixo, o riacho pizzicateando nas pedras do leito. Compasso ternário de sol, lua e eu, (também natureza). Andante cantabile da felicidade, no dia, na noite e em minha face.   ... Comentários do blog : Pastoral é um poema idílico, bucólico, fala de natureza. Neste poema, a percepção da natureza é perspassada pela música - daí o vocabulário em italilano, típico da música clássica. A natureza tem música, não uma música cultural, mas sim espiritual. O eu lírico - a poetisa - sente-se parte da natureza, em harmonia, ela faz parte do "compasso ternário": "sol, lua e eu". Essa natureza também é a da passagem do tempo, da alternância de dia e noite, de claridade e escuridão. Mas, ainda que exista o tempo, e portanto a mudança, o que prevalece no poema é a harmonia, pois tudo isso é natureza, e o resultado é felicidade. ...

ONTEM E HOJE

  ONTEM E HOJE                                                                                    Marigê Quirino Marchini  Os solavancos das carruagens não diferem do macio rodar dos trens expressos. Em ambas velocidades os passageiros aspiram o úmido fluir da paisagem e acham que é eterno o seu passar e chegar. -------- originalmente publicado em: Literatura - Revista do escritor braslleiro n. 22  ano XI Janeiro - Junho 2002  página 97 

Poema em Diário de Bordo

Image
III. Quem carrega o sorriso dos anjos momentaneamente? Somente as transparências que bordaram no linho aquático as iniciais antes do poema. Mas a glória de peregrinações de azuis amparadas pela estrela pertence à palavra apenas. IV. Barcos e nenhum regresso eis o que somos (...) Angariamos nossas paisagens entre os anjos e as devolvemos douradas de desertos MARIGE QUIRINO MARCHINI